27 de junho de 2013

Nossa próxima atração: "O substituto", de Tony Kaye, em 29 de junho de 2013

CINECLUBE DARCY RIBEIRO exibe O substituto ("Detachment", 2011, EUA, 97 min, cor)
Direção: Tony Kaye. Roteiro: Carl Lund. Fotografia: Tony Kaye. Montagem: Michelle Botticelli, Barry Alexander Brown, Geoffrey Richman. Música: The Newton Brothers. Elenco: Adrien Brody, Marcia Gay Harden, Lucy Liu, Tim Blake Nelson, Louis Zorich e outros.



O veneno do sistema escolar público  



Em 15 de março de 2012, o crítico Peter Travers escreveu no Rolling Stone norte-americano:
"Adrien Brody merece elogios superlativos por sua atuação no ao mesmo tempo hipnótico e enlouquecedor 'O substituto'. Personificando Henry Barthes, um professor substituto de ensino médio que tenta se resguardar do veneno do sistema de ensino público, Brody enfrenta todos os desafios de um papel exigente.
O roteiro de Carl Lund extravasa de gente no limite. A diretora Carol Dearden (uma impressionante Marcia Gay Harden) é importunada por funcionários públicos que veem sua escola apenas como um imóvel valorizado. Enquanto a orientadora pedagógica (uma vívida Lucy Liu) e um professor (Tim Blake Nelson) quase sucumbem ao descontrole emocional, Henry luta com seus próprios problemas: o avô moribundo (Louis Zorich) e uma prostituta adolescente (Sami Gayle), à qual ele oferece abrigo. Como a estudante obesa (Betty Kaye, filha do diretor Tony Kaye) incapaz de lidar com o excesso, Henry quer fugir.

Um diretor que se veste de Osama bin Laden?

É um amontoado de horrores, e o diretor Kaye faz muito pouco aliviar essa carga. Lembram-se de Kaye? Ele é uma antiga lenda da propaganda que dirigiu o extraordinário 'A outra história americana' ('American History X', 1988) e depois brigou para retirar seu nome dos créditos do filme. É o sujeito que pagou anúncios em que se declarava o 'maior diretor inglês depois de Hitchcock', ficou famosos por se vestir como Osama bin Laden. De fato, Kaye é um imenso talento. E 'O substituto' prova isso, mesmo com a sobrecarga de truques que nos afastam animadamente da história, entrevistas do tipo documentário com professores e referências literárias que tanto são poderosas como presunçosas. Contudo, com Brody no olho do furacão, 'O substituto' nos atinge com força."



CINECLUBE DARCY RIBEIRO
Depois de um grande filme, sempre um bom debate

Com o historiador e professor Ricardo Streich (FFLCH-USP)

Data: sábado, dia 29 de junho de 2013
Hora: 14h
Local: Sala 51 (r. General Jardim, 485, próximo à estação República do metrô)


16 de junho de 2013

Garatujas sobre a sessão de ontem (15.06.2013)

Assisti "A Língua das Mariposas" pela primeira vez quando eu tinha 16/17 anos, lembro que me incomodou muito, mas eu não conseguia compreender o peso da sequência final. Depois de uns dois anos voltei a assistir, dessa vez chorei, mas, ainda assim aquela situação paradoxal não me era concreta. Ontem no cineclube, tomada por uma junção de subjetividades; talvez um pouco de conhecimento adquirido com leituras, com a faculdade, talvez o tanto que me senti mal com as situações ocorridas na manifestação, talvez por um deslocamento, o colocar-me em 1935/36 e não saber se tomada por um medo total não seria eu também uma traidora, se, como disse a Profa. Eliana Asche, o externo não imperaria sobre mim.

Assim que, para além, muito além, de questões cinematográficas, da educação libertadora, da relação professor/aluno, do descobrimento de mundo de Moncho, o que me fez chorar ao ponto de ter que ir para o banheiro tentar controlar a onda que estava vindo, foi pensar até onde o homem realmente se dispõe pelos seus afetos, pelo que acredita, pelo que pensa ser?

Espero que consigamos nos dispor para além do terror que esse externo se alimenta.
Seja na linha de frente ou num texto rascunhado depois de uma sessão cineclubista.


Para os ouvidos:  Empdy x Ed Greens - Screaming Revolution 


Daisy Serena